“Todo mundo” sabe que o leite materno é um alimento completo. Isso
significa que, até os 6 meses, o bebê não precisa de nenhum outro alimento
(chá, suco, água ou outro leite). Depois dos 6 meses, a amamentação deve ser
complementada com outros alimentos. E é bom que o bebê continue sendo amamentado até 2
anos ou mais. Quanto mais tempo o bebê mamar no peito, melhor para ele e para a
mãe. Mas será que “todo mundo” sabe mesmo disso? Afinal, qual a mãe que nunca
se deparou com pelo menos uma das seguintes personagens:
- A mãe: eu cresci todos os meus 4 filhos com leite em pó e são todos
fortes e saudáveis.
- A sogra: eu dava desde cedo o leite de vaca misturado com água e
ninguém morreu.
- A cunhada: se você amamentar vai virar uma escrava do bebê, a
mamadeira é muito mais fácil.
Sem falar na vizinha, na amiga que nunca teve filho, na prima da amiga
da comadre.... e assim vai. E então quando o seu bebê de 11 meses “ainda” mama
no peito? Ai sim os comentérios são mais sórdidos: Ainda mama? Mas vai mamar
até quando? Desse jeito vai ser difícil de largar! ... e blá blá blá
Então eu me pergunto: mas “todo mundo” sabe mesmo a importância e os
benefícios físicos e psicológicos do leite materno? Resolvi escrever um pouco
sobre o assunto, para que você que tem uma das personagens acima por perto possa
imprimir, colar na porta da geladeira, compartilhar no facebook e ajudá-las a
lembrar o quanto esse vínculo é importante para a saúde física e emocional do
bebê e da mãe.
Beneficios para o bebê
- O leite materno tem tudo o que o bebê precisa até os 6 meses, inclusive água.
- Contém todas as proteínas, açúcares, gordura e vitaminas que o seu bebê necessita para ser saudável.
- Contém determinados elementos que o leite em pó não consegue incorporar, tais como anticorpos e glóbulos brancos.
- Colabora para a formação do sistema imunológico da criança, previne alergias, obesidade, intolerância ao glúten. Funciona como uma verdadeira vacina, protegendo a criança de muitas doenças.
- Contém uma molécula chamada PSTI, responsável por proteger e reparar o intestino delicado dos recém-nascidos. É fácil de ser digerido e provoca menos cólicas nos bebês.
- É limpo e está sempre pronto e quentinho.
- Sugar o peito é um excelente exercício para o desenvolvimento da face da criança, ajuda a ter dentes bonitos, a desenvolver a fala e a ter uma boa respiração.
- A amamentação favorece um contato mais íntimo entre a mãe e o bebê.
- Melhora o desenvolvimento mental do bebê.
- Promove uma forte e precoce ligação emocional, entre a mãe e a criança, designada tecnicamente por vínculo afetivo, (atualmente, sabe-se que um vínculo afetivo sólido facilita o desenvolvimento da criança e o seu relacionamento com as outras pessoas).
Benefícios para a
mãe
- Ajuda o útero recuperar o seu tamanho natural, diminuindo o risco de hemorragia e de anemia após o parto.
- Reduz o risco de diabetes.
- Reduz o risco de câncer de mama e de ovário.
- Protege a mãe contra doenças cardiovasculares e osteoporose.
- Reduz o peso mais rapidamente após o parto.
- Pode ser um método natural para evitar uma nova gravidez nos primeiros seis meses - desde que a mãe esteja amamentando exclusivamente (a criança não recebe nenhum outro alimento) e em livre demanda (dia e noite, sempre que o bebê quiser) e ainda não tenha menstruado.
- A mãe que amamenta sente-se mais segura e menos ansiosa.
Enfim, amamentar é fundamental para a saúde da
criança. Além de ser uma forma muito especial e fortalecedora do relacionamento
entre mãe e filho, é um canal que transmite segurança, carinho e amor ao bebê.
E logo mais um post sobre a “Amamentação Prolongada”
(e essa sim dá mais pano pra manga das palpiteiras de plantão). Só para deixar
um gostinho: Um estudo coordenado pela Universidade do Oeste da Austrália, concluiu
que amamentar por mais de 6 meses faz bem à saúde mental da infância à
adolescência. Segundo os pesquisadores, substâncias presentes no leite (como a
leptina) ajudam a combater o stresse.