segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Teoria da Extero-Gestação – PARTE II

Os 5 métodos para acalmar um bebê de até 3 meses de idade são extremamente eficazes SOMENTE quando executados corretamente. Sem a técnica correta e o vigor necessário, não adiantam em nada.


1. Pacotinho ou casulo (embrulhar o bebê apertadinho)

A pele é o maior órgão do corpo humano e o toque é o mais calmante dos cinco sentidos. Embrulhadinho, o bebê recebe um carinho suave. Bebês alimentados, mas nunca tocados, freqüentemente adoecem e morrem. Estar embrulhadinho não é tão bom quanto estar no colo da mãe, mas é um ótimo substituto para quando a mãe não está por perto.

Bebês podem ser embrulhados assim que nascem. Apertadinhos, de forma que não mexam os braços. Eles se sentem confortáveis, “de volta ao útero”. Bebês mais agitados precisam mais de ser embrulhados, outros são tão calmos que não precisam.

Se o bebê tem dificuldade para pegar no sono, pode ser embrulhado apertadinho, não é seguro colocar um bebê para dormir com um cueiro solto. Não permita que o cueiro encoste no rosto do bebê. Se estiver encostando, o bebê vai virar o rosto procurando o peito, ao invés de relaxar.

Todos os bebês precisam de tempo para espreguiçar, tomar banho, ganhar uma massagem. 12-20 horas por dia embrulhadinho não é muito para um bebê que passava 24 horas por dia apertadinho no útero. Depois de 1 ou 2 meses, você pode reduzir o tempo, principalmente com bebês tranqüilos e calmos.

2. Posição de Lado

Quanto mais nervoso seu bebê estiver, pior ele fica quando colocado sobre as costas. Antes de nascer, seu bebê nunca ficou deitado de costas. Ele passava a maior parte do tempo na posição fetal: cabeça para baixo, coluna encolhida, joelhos contra a barriga. Até adultos, quando em perigo, inconscientemente escolhem esta posição.

Segurar o bebê de lado ou com a barriga tocando os braços do adulto ajuda a acalmá-lo (a cabeça fica na mão do adulto, o bumbum encostado na dobra do cotovelo do adulto, com braços e pernas livres, pendurados). Carregar o bebê num sling, com a coluna curvada, encolhidinho e virado de lado, tem o mesmo efeito. Atualmente especialistas são unânimes em dizer que bebês NÃO DEVEM SER POSTOS PARA DORMIR DE BRUÇOS, pelo risco de morte súbita.

O bebê não sente falta de ficar de cabeça para baixo, como no útero, porque na verdade o útero é cheio de fluido e o bebê flutua, como se não tivesse peso algum. Do lado de fora, sem poder flutuar, virado de cabeça para baixo, a pressão do sangue na cabeça é desconfortável.

3. Shhhh Shhhh – O som favorito do bebê

O som “shhh shhh” é parte de quem somos, tanto que até adultos acham o som das ondas do mar relaxante. Para bebês novinhos, “shhh” é o som do silêncio. Ele estava acostumado a ouvir tal som 24 horas por dia, tão alto quanto um aspirador de pó. Imagine o choque de um bebê acostumado a tal som o tempo todo chegando a um mundo onde as pessoas cochicham e caminham na ponta dos pés, tentando fazer silêncio!

Coloque sua boca 10-20 cm de distância dos ouvidos do bebê e faça “shhh”, “shhh”. Aumente o volume do “shh” até ficar tão alto quanto o choro do bebê. Pode parecer rude tentar “calar” um bebê choroso fazendo “shh”, mas para o bebê, é o som do que lhe é familiar.

Na primeira vez fazendo “shhh”, seu bebê deve calar após uns 2 minutos. Com a prática, você será capaz de acalmar o bebê em poucos segundos. É ótimo ensinar isso aos irmãos mais velhos, que adorarão poder ajudar e acalmar o bebê.

Para substituir o “shhh”, pode-se ligar:

- secador de cabelos ou aspirador de pó

- som de ventilador ou exaustor

- som de água corrente

- um CD com som de ondas do mar

- um brinquedo que tenha sons de batimentos cardíacos

- rádio fora de estação ou babá eletrônica fora de sintonia

- secadora de roupas ligada com uma bola de tênis dentro

- máquina de lavar louças

O barulho do carro ligado também acalma a criança.

4. Balanço

“A vida era tão rica no útero. Rica em sons e barulhos. Mas a maior parte era movimento. Movimento contínuo. Quando a mãe senta, levanta, caminha e vira o corpo – movimento, movimento, movimento.” (Frederick Leboyer, Loving Hands)

Quando pensamos nos 5 sentidos – visão, audição, tato, paladar e olfato – geralmente esquecemos o sexto sentido. Não é intuição, mas a sensação de movimento no espaço.

Movimento rítmico ou balanço é uma forma poderosa de acalmar bebês (e adultos). Isso porque o balanço imita o movimento que o bebê sentia no útero materno e ativa as sensações de “movimento” dentro dos ouvidos, que por sua vez ativam o reflexo de acalmar.

Como balançar ?

1. Carregando o bebê num “sling” ou canguru;

2. Dançando (movimentos de cima para baixo);

3. Colocando o bebê num balanço;

4. Dando tapinhas rítmicos no bumbum ou nas costas;

5. Colocando o bebê na rede;

6. Balançando numa cadeira de balanço;

7. Passeando de carro;

8. Colocando o bebê em cadeirinhas vibratórias (próprias para isso);

9. Sentando com o bebê numa bola inflável de ginástica e balançando de cima para baixo com ele no colo;

10. Caminhando bem rapidamente com o bebê no colo.

Quando balançar o bebê, seus movimentos devem rápidos mas curtos. A cabeça do bebê não fica sacudindo freneticamente. A cabeça move no máximo 2-5 cm de um lado para o outro. A cabeça está sempre alinhada com o corpo e não há perigo de o corpo mover-se numa direção e cabeça abruptamente ir na direção oposta.

5. Sucção

No útero, o bebê está apertadinho, com as mãos sempre próximas ao rosto, sugando os dedos com freqüência. Quando nasce, não mais consegue levar as mãos à boca. A sucção não-nutritiva é outra forma de acalmar o bebê. A amamentação em livre demanda não é recomendada somente para garantir a nutrição do bebê e a produção de leite da mãe, mas também para suprir a necessidade de sucção não-nutritiva. Alguns especialistas orientam às mães a darem chupetas para isso, mas ainda que a chupeta seja oferecida ao bebê, não deve ser introduzida nas 6 primeiras semanas de vida, quando a amamentação ainda está sendo estabelecida. Há sempre o risco de haver confusão de bicos e o bebê sugar o seio incorretamente.

É importante lembrar que o bebê nunca chora à toa. O choro nos primeiros meses de vida é a única forma de comunicar que algo está errado. Ainda que ele esteja limpo e bem alimentado, muitas vezes chora por necessidade de aconchego e calor humano. Por isso, falar que bebê novinho (recém nascido até 3 meses ou mais) faz manha (no sentido de chorar para manipular “negativamente” os pais) não tem sentido, bebês novinhos simplesmente não tem maturidade neurológica para tanto.

Bibliografia:

The Happiest Baby on the Block, Dr. Harvey Karp, Bantam Dell, 2002. New York.

Our Babies, Ourselves: How Biology and Culture Shape the Way We Parent, Meredith F. Small, Anchor Books, 1998. New York.


Texto organizado por Flavia O. Mandic


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terça-feira, 24 de setembro de 2013

Teoria da Extero-Gestação – PARTE I

Os bebês humanos estão entre os mais indefesos de todos os mamíferos. Por causa do maior tamanho do cérebro e do fato de que o tecido nervoso necessita de mais calorias para se manter que qualquer outro, grande parte do alimento ingerido é gasto em prover nutrição e calor para as células nervosas. Mais significante é o fato de que nossos bebês necessitam nascer mais cedo do que deveriam, com seus cérebros ainda não totalmente desenvolvidos. Se o bebê humano nascesse já com o sistema nervoso central amadurecido, sua cabeça não passaria pela pelve estreita da mãe no momento do parto. Ao contrário de outros mamíferos, como girafas e cavalos, o recém-nascido humano é incapaz de andar por um longo período após o nascimento, porque lhe falta o aparato neurológico maduro para tanto. O custo primal de ter um cérebro grande é que nossos filhotes nascem extremamente dependentes e em necessidade constante de cuidado. O crescimento do nosso cérebro após o nascimento é mais rápido do que o de qualquer outro mamífero e segue neste ritmo por 12 meses. A seleção natural demanda que pais humanos cuidem de seus filhos por um longo período e que os filhos dependam dos pais. Esta necessidade mútua traduz-se em um estado emocional chamado “apego”.

Em algumas culturas, como na tribo "!Kung", bebês raramente choram por longos períodos e não há sequer uma palavra que signifique “cólica”. As mães carregam os bebês junto ao corpo, com um aparato semelhante a um “sling”, mesmo quando saem para a colheita. A relação mãe-bebê é considerada sacrossanta, eles permanecem juntos o tempo todo. O bebê tem livre acesso ao seio materno e vê o mundo do mesmo ponto de observação que sua mãe.

Nossa cultura ocidental não permite um estilo de vida idêntico ao de tribos primitivas, mas podemos tirar lições valiosas sobre como ajudar nossos bebês na adaptação à vida extra-uterina. Nos primeiros 3 meses de vida, o bebê humano é tão imaturo que seria benéfico a ele voltar ao útero sempre que a vida aqui fora estivesse difícil. É preciso compreender o que o bebê tinha à sua disposição antes do nascimento, para saber como reproduzir as condições intrauterinas. O bebê no útero fica apertadinho, na posição fetal, envolvido por uma parede uterina morninha, sendo balançado para frente e para trás a maior parte do tempo. Ele também estava ouvindo constantemente um barulho “shhhh shhhh”, mais alto que o de um aspirador de pó (o coração e os intestinos da mãe). A reprodução das condições do ambiente uterino leva a uma resposta neurológica profunda “o reflexo calmante”. Quando aplicados corretamente, os sons e sensações do útero têm um efeito tão poderoso que podem relaxar um bebê no meio de uma crise de choro.

No próximo post: Os 5 métodos para acalmar um bebê de até 3 meses de idade.

Bibliografia:

The Happiest Baby on the Block, Dr. Harvey Karp, Bantam Dell, 2002. New York.
Our Babies, Ourselves: How Biology and Culture Shape the Way We Parent, Meredith F. Small, Anchor Books, 1998. New York.

Texto organizado por Flavia O. Mandic

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quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Vídeo – Parto domiciliar

Um emocionante vídeo que retrata a magia de um parto domiciliar. “O parto domiciliar é a melhor opção para quem quer fugir do modelo tecnocrático de atendimento à parturiente. É o mais indicado para aquela que quer se sentir dona de seu parto e que acretida que seu corpo foi "desenhado" entre outras coisas para gerar e parir um bebê com naturalidade e desenvoltura.” (Marilia Largura)


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sábado, 7 de setembro de 2013

Alimentos de A a Z – B de, brócolis

Rico de minerais como o cálcio, potássio, ferro, zinco e sódio e composto por diversas vitaminas, como A, C, B1, B2, B6, K, bem como fibra alimentar, o brócolis é considerado um super alimento e de pouquíssimas calorias (100 gramas possuem aproximadamente 36 kcal). Isso faz dele um ótimo protetor contra a baixa imunidade, infecções, doenças cardiovasculares, anemias, doenças dos olhos e até o envelhecimento da pele. Também é essencial para a manutenção do peso, para o fortalecimento dos ossos e dentes, para regular a pressão sanguínea, ajuda a manter a elasticidade dos tecidos, auxilia no bom funcionamento do sistema nervoso central, garante energia e disposição. Tanto as folhas, como as flores e os pedúnculos florais dos brócolis podem ser consumidos e destacam-se como sendo poderosas fontes de nutrientes. Quando cozidos em excesso os brócolis perdem grande parte de seus nutrientes e sua textura também é alterada. O ideal é cozinhá-los em vapor ou em panela tampada contendo pouca água, por pouco tempo.




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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Vacinação contra o HPV

Alguns meses atrás o Ministério da Saúde divulgou que a vacina contra o HPV vai entrar no calendário nacional de vacinação, meninas entre 11 e 13 anos devem receber a primeira das três doses em 2013. O mesmo acontece aqui na Itália e em outros países pelo mundo. E a mídia divulga: É a primeira vez que a população terá acesso gratuito a uma vacina que protege contra o câncer.

Mas, será que nossos governos são assim tão bonzinhos mesmo ou ... (cada um completa a frase como achar melhor)...

A discussão em relação as vacinas, o “vacinar ou não vacinar” tem crescido muito nos últimos anos, tanto é que o governo de muitos países já não considera o ato de vacinar obrigatório. O assunto é interessante, complexo e dá muito, muito pano pra manga. Mas falando especificamente da vacina contra o HPV: por que nossas meninas devem ser cobaias do sistema? Para refletirmos um pouco seguem algumas informações do livro “Vaccinare contro il Papillomavirus? Quello che dobbiamo sapere prima di decidere” (Edizioni Salus Infirmorum, Padova, 2009). Traduzido: “Vacinar contra o papilomavírus? O que precisamos  saber antes de decidir.”


“De acordo com os princípios da farmacologia, um medicamento como a vacina contra o HPV não deveria ser comercializado, pelo menos enquanto não há dados concretos disponíveis sobre a relação real risco / benefício e, portanto, não antes de 15 anos. (Essas regras não existem mais, pois foram suplantadas pelas leis econômicas e pelos interesses do lobby farmacêutico). A vacina contra o HPV (seja a  bivalente ou tetravalente) estimula o sistema imunitário a formar anticorpos contra 2 dos 12 tipos de HPV potencialmente cancerígenos. São os dois tipos mais frequentes, mas são apenas 2, e assim, o efeito protetor da vacina (mesmo que fosse 100%  para esses 2  tipos) seria ainda, de 0% para todos os outros 10 tipos. Além disso, o HPV emprega mais de 20 anos para passar de tumor benigno (displasia) para tumor maligno, e dado que os testes desta vacina só começaram há 5 anos atrás, temos que esperar mais 15 anos para descobrir se a vacina protege efetivamente esses 2  tipos.”


O texto no site http://www.informasalus.it/it/articoli/sos-genitori-papilloma.php, é bem completo. Mas acredito que os dados acima bastem para uma boa reflexão.

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